25 abril, 2009

Curta-metragem de Documentário - Direção de Fotografia e Câmera


A Deus Paissandu – (2008 - 2009) - Duração: 08'04"
Rio de janeiro - Brasil
 
Roteiro e Direção: Francis Ivanovich
Atores: Mario Augusto e Rose Germano
Assistente de Direção: Emerson Evêncio
Fotografia: Rodolfo Fonseca
Câmera: Rodolfo Fonseca 
Câmera Adicional: Marcio de Andrade
Montagem e edição de som: Vinicius Nascimento
Assistentes de Produção: Marcelle Castro e Pedro Esteves

Sinopse: o tradicional Cinema Paissandu do Rio de Janeiro, após 48 anos de existência vai fechar as portas. Na despedida exibe clássicos de grandes diretores. Um homem chega ao local interessado apenas em saber se o lugar foi transformado em igreja. The traditional Paissandu Cinema of Rio de Janeiro, 48 years after borning will close the doors. In its end show classics of great diretors. A man arrive to cine's site just to know whether Paissandu Cinema was changed to church.

Veja um trecho do filme em   
http://www.youtube.com/watch?v=dTQ96GXYfEI 



“A DEUS PAISSANDU” CRITICA E PENSA
O DESTINO DAS SALAS DE PROJEÇÃO DE RUA E
HOMENAGEIA O CINEMA E SEUS CINEASTAS

No final de 2008 ganhou destaque na imprensa o desabamento do teto da igreja Renascer, em São Paulo. O Lugar originalmente era uma sala de cinema. O curta “A Deus Paissandu” – 2008-2009, (08min, 04seg), do diretor Francis Ivanovich, fala da questão do espaço cinema de rua ser transformado em templos religiosos. É uma crítica aberta não às religiões, mas ao destino que está tendo esse espaço público e cultural em diversas cidades brasileiras.

O Curta foi filmado no último fim de semana de existência do tradicional cinema Paissandu, no bairro do Flamengo, Zona Sul do Rio de Janeiro, exatamente entre os dias 28 e 31 de agosto de 2008. O tradicional Cinema Paissandu, após 48 anos de existência fecha as portas, conhecido como ponto de encontro da “Geração Paissandu”, em sua despedida exibiu clássicos de grandes diretores, com ingressos a um Real. Praticamente todas as sessões ficaram lotadas. No filme, vemos uma cena raríssima, filas no meio da rua para ir ao cinema.

O Curta não se prende ao formato documentário, apesar de registrar as últimas imagens do Paissandu e homenagear cineastas, através da captação de alguns trechos projetados em sua tela como “Medeia”, de Pasolini (tendo sobre a imagem o áudio do famoso poema Tabacaria, de Fernando Pessoa), “Atirem no Pianista”, de Truffaut, “A Grande Ilusão”, de Renoir, mas introduz um personagem oriundo da ficção, um homem de aparência misteriosa que chega ao local interessado apenas em saber se o lugar foi transformado em igreja.

O filme é uma homenagem ao ato de fazer Cinema; de projetar as imagens na tela, o ofício de fazer e exibir, além do ritual do espectador de ir às salas. A imagem está acima da palavra, não é por acaso, que o silêncio é um elemento fundamental no filme, um personagem que traz em si a reflexão e o simbolismo da vida e da própria morte.

O Cinema Paissandu fechou as portas e deixou uma pergunta no ar.
Cinema de rua está condenado ao fim?